quinta-feira, 5 de maio de 2016

Destruir D. Sebastião

D. Sebastião é um dos 3 mitos fundadores da nacionalidade e as razões não se esgotam no seu desaparecimento na batalha que faria Portugal perder a sua hegemonia marítima e terrestre em grande parte do planeta.

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O jovem Rei (parece que os jovens Reis têm um papel de charneira na História de Portugal, D. Manuel II foi outro exemplo) representou um virar a 180º na política seguida por D. João III, introduziu o conceito de serviço militar obrigatório, introduziu a padronização de medidas (séculos antes do fontismo) , reestruturou a presença portuguesa em África, lançou um programa de fortificação das fronteiras (que se revelou crucial para a Restauração da Independência) e criou ódios vários entre a aristocracia que se via obrigada a contribuir para um Estado a um nível sem precedentes.
O seu desaparecimento significou a morte de todo um projecto de reedificação do Reino e a sensação de algo que ficou por acabar. É a este sentimento que a geração de 1890 recorre para redimir o rescaldo do Ultimato, é a esta memória que o republicanismo recorre para se vincar na população e é a esta dimensão nacional que Fernando Pessoa incorpora nos seus escritos e o Estado Novo busca para se contextualizar numa História comunitária que vê a Republica como uma metástase prestes a degenerar em cancro.
A destruição de estátuas ,como esta apenas manifestam que D. Sebastião ainda está vivo.
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