segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A República explicada às crianças

A monarquia é uma forma de regime em que o chefe de Estado é um rei ou uma rainha. Ao contrário do regime republicano, o rei não é eleito, e a representação do país está numa pessoa cujos antepassados participaram na construção e na História do país. Por isso não são estranhos ao povo e como os príncipes criados para reinar não precisam de ter uma carreira política, conhecemo-los desde a infância, até à idade adulta, quando assumem o cargo de Chefe de Estado.
Já viste o que seria se tivesses de escolher os teus pais, ou os teus pais dissessem: eu tenho o direito a escolher o filho que quero? Passa-se o mesmo em República. O nosso Chefe de Estado, em vez de ser alguém que conhecemos e gostamos desde pequenino, é apenas um político que quer um emprego. Representa o país durante 5 ou 10 anos e depois vai-se embora...
A nossa monarquia durou 771 anos como sabes, pois em 1910 um golpe de estado expulsou o rei D. Manuel II, a sua mãe e a sua avó para fora do país. Isso foi bom ou foi mau? Deve caber a ti estudares para compreenderes as alterações dessa época, mas gostava de te explicar que a República instaurada em 5 de Outubro de 1910 não veio trazer a democracia a Portugal. Nessa altura o nosso país já tinha liberdade. As pessoas podiam votar e a Imprensa publicava todas as críticas que queria.
Ao contrário do que a propaganda republicana tem dito, a democracia foi introduzida em Portugal em 1834, suspensa algumas vezes até 1926 e neste ano definitivamente implantada o que deu origem a uma das mais longas ditaduras de sempre, em todo o mundo! Foi o Estado Novo ou Segunda República, que durou de 1933 até 1974! Neste ano a Democracia voltou a Portugal, pela Revolução de 25 de Abril, como decerto já ouviste falar.
Em 771 anos tivemos 33 monarcas, o que perfaz uma média de cerca de 22 anos por reinado. Compreendes a importância desta estabilidade? Em 100 anos de República, de 1910 a 2010 tivemos 19 presidentes, o que se traduz numa média de 5 anos por mandato... alguns deles conflituosos, pois o presidente procura fazer os possíveis para agradar aos eleitores e ao partido ou partidos que o apoiam. Não está ali simplesmente para representar o país, mas para se representar a si mesmo e a quem vota nele...
Também tivemos algumas rainhas e regentes, mais ainda não tivemos nenhuma mulher presidente da República!
Mas, então, perguntarás, se a monarquia tinha vantagens, porque terminou? Bem, como tens visto na televisão, em relação às revoluções no estrangeiro, nem sempre estas revoluções são populares. Muitas vezes, um grupo pequeno, bem relacionado e que recorra à violência pode derrubar regimes. Foi o que aconteceu em Portugal. Os republicanos estavam em menor número, mas:
- aproveitaram-se do desgaste partidário, ocasionado pela alternância constante entre 2 partidos no poder;
- aproveitaram-se das ideias nacionalistas de pátria e de herói para fazer passar a sua mensagem;
- fizeram ataques ferozes ao Rei D. Carlos e à sua família, espalhando boatos e criando uma imagem negativa da monarquia que diziam despesista e ostensiva;
- recorreram à violência através de uma organização terrorista e chamada Carbonária que assassinou o Rei e o seu filho, de 21 anos, D. Luís Filipe, em 1908 (foi o Regicídio) e através de uma organização secreta que ainda hoje existe, a Maçonaria, conseguiram controlar o exército e alguns políticos;
-e, finalmente, como o país, infelizmente, ainda era constituído essencialmente por pessoas iletradas, culturalmente pouco informadas, facilmente o Partido Republicano pode controlar os cidadãos, com mensagens demagógicas e inflamadas. (É por isso que deves estudar e questionar tudo para seres um adulto com consciência cívica!)
Depois de instaurada a República, sucederam-se imensos atropelos à liberdade que o novo regime tinha prometido. Pessoas foram perseguidas por serem católicas, monárquicas ou simplesmente por não colaborarem com o novo regime. E os próprios republicanos lutaram entre si para conquistar e aguentar o poder. Em 1914 a república levou milhares de jovens a entrar na I Grande Guerra. Muitos morreram e o país desmoralizava perante uma crise económica, social e política. Todos os dias havia atentados em Lisboa, o governo caía, os presidentes demitiam-se ou eram demitidos por golpes de estado. Entre 1911 e 1926 houve quase 50 governos!
Porém, a monarquia sempre foi uma alternativa democrática em Portugal, tanto durante a Primeira República, como durante o Estado Novo e mesmo hoje.
A Europa, como deves saber é praticamente constituída por Monarquias Constitucionais, como Portugal o era antes de 1910. Monarquias Constitucionais e (ou) Parlamentares são aquelas em que o rei não governa (para isso existe o Primeiro-Ministro e o seu Conselho de Ministros que nós elegemos), cabendo-lhe apenas a representação e a regulação das instituições do seu país. Por isso países desenvolvidos como a Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, e aqui ao lado Espanha são monarquias. E fora da Europa encontramos muitas mais: Japão, Marrocos, Jordânia, etc. o Reino Unido, por exemplo, e a Comonwealth que estende pelo Canadá e pela Austrália, entre outros países, cuja chefe de Estado é a rainha Isabel II.
Não há regimes perfeitos. Nem pessoas. Acima de tudo deves procurar saber o que melhor serve a tua nação e pensar por ti. Não grites Viva a República! sem perguntares a quem to manda fazer, se existe uma alternativa e se essa alternativa é melhor ou pior. Acima de tudo sê um cidadão informado pois só assim podes construir um país melhor e contribuir para um futuro mais sorridente a quem viver em Portugal nos próximos anos. E que estes anos sejam mais pacíficos e prósperos do que foram os últimos 100.

Nuno Resende

Fonte:
Obliviário

domingo, 27 de fevereiro de 2011

SAR, DOM DUARTE - DESCOLONIZAÇÃO: TANTOS OS PROBLEMAS QUANTO OS TERRITÓRIOS (I)

- Falámos múltiplas vezes até agora da Nação intemporal, da História da tradição. Como é que sente estas realidades quando pensa nos países de língua portuguesa, que indiscutivelmente fizeram parte da nossa História e com os quais se mantêm grandes afinidades culturais a começar pela fortíssima afinidade da língua? Já referi o assunto antes. O “Império” autoritário, em que os “reinóis” mandam e desmandam nos outros... passou. Teve também aspectos gloriosíssimos! (Tanto assim que estamos em plena comemoração dos Descobrimentos, dos quais os primeiros tempos do Império são indissociáveis). Mas a História levou-o. Agora, de um Portugal grande, que fosse de todos e que cada vez deveria ser mais partilhado, fraterno, igualitário, livre... desse projecto... do fracasso desse projecto, ficou uma “mágoa sem remédio”, para usar as palavras de Camões.
Engolido na luta feroz entre os super impérios mundiais e submerso em banhos de sangue e sofrimento indiscritíveis, quem não sente que o seu desaparecimento rasgou irremediavelmente um pedaço do nosso coração? A nossa acção colonial teve atrasos, injustiças, erros graves (e muito graves). E estes encontram-se em todos os séculos, é claro! (Estou a lembrar-me, por exemplo, da verdadeira catástrofe que representou a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, medida que praticamente aniquilou o ensino de todos os níveis em todo o espaço português!). Apesar de tudo isso quase conseguimos manter o rumo de uma aliança humana e antiga entre “povos fracos” e, no fundo, amigos e irmãos, serem problemas de raça... Falhámos por um pouco. Acho que a fraternidade e a tolerância ficaram mais pobres, num mundo infelizmente delas tão carecido!

- Conhece bem as antigas colónias? Conheço razoavelmente esses países. Alguns esquecem que fui a África integrado na Força Aérea e mais tarde, como civil, colaborei em programas de “Extensão rural”. Não o fiz com espírito fechado e radical. O tempo que passei em África correspondeu a uma meditação e uma constante preocupação com o problema que (sentia profundamente) do futuro da relação entre Portugal e os territórios de além-mar. Como se poderia desatar aquele nó que parecia cego? É indiscutível que a aliança de Portugal com aqueles povos estava sendimentada em séculos de convivência. Convivência com defeitos, repito, mas que, apesar de tudo, tinha levado àquelas partes do mundo algum acréscimo de civilização e de bem-estar material (embora muitas vezes insuficiente) e, porque não dizê-lo, de justiça. As injustiças da colonização portuguesa eram, apesar de tudo, menores do que as injustiças dos tempos em que, sem os portugueses presentes, as tribos locais se enfrentavam nas mais cruéis e sanguinárias guerras e matanças. Isto pode “soar mal” a muitos ouvidos... Mas corresponde a uma minha profunda convicção, que declaro sem complexos. Por outro lado a descolonização pura e simples, a retirada portuguesa “sem mais”, parecia-me que, inevitavelmente, conduziria a banhos de sangue e desastres sem nome. E as pessoas com quem falava, os contactos que ía fazendo, permitiriam-me perceber que era falsa a ideia de que nas guerras africanas se afrontavam pura e simplesmente a direita portuguesa e o comunismo internacional. Não há dúvida de que eram essas duas forças os grande motores da luta. Mas chamava-me muito a atenção a existência de outras, de outros agrupamentos de pessoas, de grupos que seriam o embrião de partidos que apontando, decerto, para a auto-determinação e, nalguns casos, para a independência, tinham posições intermédias, conciliatórias, não totalitárias, abertas à obra dos portugueses, não anti-portuguesas em suma. Era absolutamente necessário promover com urgência esses grupos, essas correntes para que se pudesse sair pouco a pouco da crispação da guerra para a descripação da paz.

- Mas que forma poderia revestir uma ligação final de Portugal a estes territórios? Sou dos que pensam que houve em Portugal, além de outros, um erro fundamental no que respeita ao Ultramar: foi o de considerar “o problema ultramarino” como único e indivisível. Ora acho que, pelo contrário, haviam tantos problemas quanto os territórios do Ultramar! Havia que resolver caso por caso, sem se considerar (como foram a doutrina e a política oficial), que a “negociação” como o “adversário” numa frente de guerra destruíria moral e politicamente os fundamentos da posição portuguesa e até a sua capacidade de lutar noutros territórios. Posso, é evidente, estar enganado. Mas, desde muito novo acreditei que era necessário resolver cada passo por si. E, note, sempre pensei que haveria que encontrar soluções específicas, até dentro das grandes unidades geopolíticas. Ainda hoje pergunto, porque é que Cabinda, que tem uma cultura própria bastante avançada, específica, e uma consciência nacional das mais apuradas que há em África, porque é que Cabinda e os cabindas haviam de ser um mero distrito de Angola? E outros exemplos se poderiam encontrar: a ideia de considerar que a Guiné e Cabo Verde constituiam “um todo”, era por tal forma contrária às realidades que não resistiu à pressão das mesmas! Nesse período da minha juventude passado em Angola, no serviço militar, procurei cumprir da forma mais correcta que me foi possível, não deixei de me preocupar continuadamente com uma perspectiva ampla que não passava manifestamente pela ideia de uma vitória militar a todo o custo.

- Então passava por onde? Nem a vitória militar... nem descolonização imediata... Passava acima de tudo e antes de mais, por defenir claramente programas e horizontes caso por caso. Programas e horizontes abertos ao mais largo debate. Em Portugal. No Ultramar. Com os nossos aliados. Com as Forças Armadas! Tudo se deveria ter feito para impedir a ruptura militar! Horizontes e debates que se inserissem, é certo, nas perspectivas da auto-determinação mas sem nunca se perder de vista a grande tradição portuguesa de integração, de miscigenação, de abertura entre os povos, da criação de laços multi-raciais, do anti-racismo, e de uma caminhada (repito) que muitas vezes lenta e imperfeita!) para degraus sucessivamente superiores de maior civilização e de maior justiça. Muitos conhecem as circunstâncias em que saí de Angola. Com cortesia, o governo a que presidia Marcelo Caetano expulsou-me. É preciso dizer que eu promovi a oranização de uma lista alternativa às eleições para a Assembleia Nacional portuguesa, que reunia portugueses de várias raças e opiniões. Na maioria eram africanos, e todos eram favoráveis a uma evolução para a democracia e a uma maior justiça social, nunca pondo em causa a sua nacionalidade portuguesa. A médio prazo propunham o estatuto federal para o conjunto dos territórios portugueses de então (até admitindo uma capital federal em Nova Lisboa). Saí de Angola sob uma pressão a que não podia resistir. O meu Pai ainda era vivo. Tentou invocar o direito que eu tinha, como qualquer outra pessoa, de trocar ideias, de falar com as pessoas contra as quais não havia, em princípio, qualquer acusação. Mas foi tudo em vão. Tive de regressar. Deixei todavia lá uma parte pequena mas muito importante da minha juventude. Fiquei muito ligado sentimentalmente a amigos, a companheiros, a pessoas com os mesmos ideais.

(Extensão Rural - Angola)

- E mesmo depois das independências, os países agora chamados de língua oficial portuguesa nunca saíram do centro das suas atenções? Pura verdade. É pública e notória a preocupação que tenho com Timor. Mas noutros países (designadamente em Moçambique e em Cabo Verde), tenho mantido continuamente contactos e penso que não sou mal recebido em nenhum deles. A propósito conto-lhe um detalhe curioso, não conhecido do público. Recentemente recebemos da Fundação Dom Manuel II uma pequena instituição de solidariedade social que foi criada pela última Rainha de Portugal, Dona Augusta Victória, e de que o Duque de Bragança é, por inerência, o Presidente), um pedido do Presidente do Município da cidade da Beira, em Moçambique. Dizia ter descoberto que a cidade se chamava “Beira” em homenagem ao Príncipe da Beira, Dom Luiz Filipe, que tinha visitado aquando da sua conhecida visita aos territórios do Ultramar. E, assim sendo, fazia um pedido à Fundação Dom Manuel II... É capaz de adivinhar qual?

- Pedia um subsídio, uma biblioteca, uma bolsa de estudos...? Não. Pedia um retrato do Príncipe da Beira, Dom Luiz Filipe, que tinha dado o nome à cidade. Não lhe posso ocultar que entre mim e os meus colaboradores na Fundação Dom Manuel II, esse pedido fez passar um momento de emoção...

- Mas as suas intervenções mais espectaculares, se assim posso dizer, têm-se reportado sobretudo a Timor? Sem dúvida. Há quem diga que a situação a que Timor chegou é da responsabilidade de Portugal. Que o governo de Lisboa mandou a nossa tropa e a nossa administração sair, numa tentativa para entregar Timor a um partido de tendência marxista. Que na sequência dessa nossa retirada, os indonésios não toleraram a perspectiva de um enclave pro-marxista no seu território. Que por isso, invadiram. Os culpados de tudo seríamos nós. Não teríamos por tanto, o direito de dizer nada e devíamos, pelo contrário, mantermo-nos envergonhadamente calados. Não penso assim. Se um governo em Portugal cometeu quanto a Timor um erro (e acho que efectivamente, cometeu um crime), isso não significa que os portugueses tenham sempre ficado obrigados a calar-se sobre a matéria. Assiste ao povo de Timor, como as Nações Unidas já reconheceram, inquestionável direito à autodeterminação. Tenho-me batido sistematicamente, e na modesta dimensão das minhas possibilidades, para que esse direito possa ser exercido. Pessoalmente estou convencido de que podendo autodeterminar-se, existiria uma possibilidade de os timorenses optarem por manter uma ou outra forma de ligação a Portugal. Como sabe, as grandes potências coloniais de outrora, mesmo depois da descolonização, continuaram a administrar (sublinho: por vontade das próprias populações), múltiplos territórios através do mundo. Lembre-se do ministério francês popularmente chamado "dos Dom-Tom", (abreviatura das expressões "Départment d'Outre Mer/Territoires d'Putre Mer").

- Acha que, se a descolonização o tivesse permitido, poderia haver hoje "Dom-Tom's" portugueses? Pelo menos nos territórios onde não havia guerra, a auto-determinação poderia ter conduzido a soluções de articulação com Portugal (como aconteceu com tantos outros ainda sob administração francesa, americana, holandesa, etc.). Acho que quanto a este ponto se reflecte, de novo, a circunstância de se ter tratado do problema do Ultramar como "um todo", sem ter havido a subtileza de se entender (antes ou depois da evolução), que cada território merecia uma consideração calma, ponderada e específica. A construção encontrada para os Açores e para a Madeira, que são Regiões Autónomas com órgãos políticos e administrativos próprios dentro da unidade nacional, poderia porventura, ter sido aceite pelo povo de Cabo Verde? Certamento pelo de Timor? Quem sabe se pelo de Cabinda (se tivesse havido a coragem de considerar Cabinda como entidade diferente de Angola)? Enfim, sobre a descolonização também se tem falado "milhares de horas" e nem eu tenho opiniões particularmente originais. As que aqui manifesto correspondem apenas a uma síntese. São sinceras e estaria pronto a debatê-las em qualquer instância. Acrescento apenas que a Monarquia poderia ajudar, certamente, a manter um "Comonwealth" à portuguesa que (muito mais pequeno do que o inglês, aliás hoje com problemas de coesão), se poderia aproximar mais da situação que existe na Holanda: territórios pequenos, dotados de graus amplíssimos de autonomia, continuam a ter como Rainha, a Rainha da Holanda, mantendo-se assim uma ligação profunda àquilo que foi a fonte de uma parte importante da sua civilização e da sua cultura.


- Gostava de lhe falar de novo sobre aspectos da sua educação. À medida que o tenho ouvido, ao longo destas conversas, muitas vezes tenho pensado que não há nada de comum ou quase nada, entre a ideia que muitos fazem de um rapazinho educado em Coimbra por homens predominantemente virados para o passado e esta pessoa lúcida, moderna e aberta que está na minha frente. A sua educação foi realmente uma educação reaccionária? E se foi como é que evoluiu? A minha educação não foi uma educação reaccionária! Foi uma educação em que entraram vários factores, dos quais assinalo os principais. Primeiro, o profundo portuguesismo e o bom senso dos meus Pais. Dir-me-ão que o meu Pai tinha sido educado na Áustria e que a minha Mãe era brasileira. Não há dúvida. Em nada, todavia o portuguesismo dos descendentes de Dom Miguel foi alterado, pela circustância de terem vivido no exílio... (Note que os portugueses da emigração são geralmente os mais patriotas! Quanto mais os que foram vítimas de tão injusto exílio!). Por outro lado, o meu Pai era um homem de grande bom senso. Devo-lhe uma "educação de bom senso" que me foi preciosa. A minha educação passou pelo Colégio Militar e pelos Jesuítas (Santo Tirso). Duas grandes instituições cujas escolas de formação de carácter e pensamento me marcaram. A ideia de que vivia em S. Marcos rodeado de professores monárquicos é uma fantasia posta a correr por algumas pessoas! Conversei, sim, com muitas das grandes figuras do pensamento monárquico da minha juventude. (Lembro, designadamente e entre outros, verdadeiros amigos como o Prof. Pacheco de Amorim e o Dr. Henrique Ruas...). Aprendi a ler os autores monárquicos e integralistas. Li, toda a vida, muitíssimo. E pude reflectir, exercitar ao longo dos anos o espírito crítico, chegar à minhas próprias conclusões.

Do livro, Conversas com o Duque de Bragança, de Manuela Gonzaga - "O passado de Portugal no seu futuro" (1995)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Quem cozinha este regime são os homens do avental

Depois de Henrique Neto explicar a forma como a Maçonaria controla os partidos e o país o programa "Plano Inclinado" foi retirado da emissão da SIC. Ora vejam lá porquê!!



Este é o mais recente programa de televisão censurado pelo sistema político português. Nesta última emissão do "Plano Inclinado", transmitido na SIC Notícias a 12 de Fevereiro, o fiscalista Henrique Medina Carreira e o ex-dirigente socialista Henrique Neto explicam que os partidos políticos funcionam como máfias e estão a levar Portugal à bancarrota económica pela segunda vez na História de Portugal.

Henrique Neto revelou a forma como a Maçonaria controla os partidos (ver minuto 26:33). Depois deste programa ir para o ar, a SIC cancelou todas as emissões seguintes.

Os convidados também concordam que não existe nenhuma alternativa dentro do parlamento, com partidos como o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista a defenderem ideias retrógradas do séc. XIX.

Fonte: Centenário da República

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sonhos e realidades na revolta árabe

A situação política nos países árabes da margem sul do mediterrâneo é explosiva: para os seus governos, quase todos ditaduras, para os seus povos, que sofrem uma nova onda de violência da repressão, para o equilíbrio geo-estratégico da região, já anteriormente periclitante, para Israel que se vê cada vez mais isolado e ameaçado, para a Europa e os EUA, uns vizinhos, outros aliados de regimes que agora se desmoronam como baralho de cartas, desde sempre viciadas.

Na Europa, e também nisso somos muito europeus, alguns políticos e a comunicação social praticamente toda, embandeiraram em arco com a revolta dos povos contra os seus governos, dizendo que clamam pela democracia e pela liberdade e que se revêem no modelo ocidental, que lhes vai chegando pela internet, pelas redes sociais e pelos mais modernos meios de comunicação, como os telefones portáteis, que usaram para convocar as manifestações pacíficas que, depois, degeneraram em violentas, depois da violência dos poderes ameaçados no seu combate. Apressada asserção, julgo eu. Esquecem-se ou ignoram ou querem fazer valer os seus ideais e valores sobre a realidade, que o fundamentalismo islâmico está em muitos casos visível por detrás da justa revolta dos povos oprimidos e que sem essa opressão – quer seja de chiitas sobre sunitas, quer seja laica - têm o campo aberto para impor regimes teocráticos. Não aprenderam nada com o derrube da monarquia persa, que não sendo um regime democrático de modelo ocidental era bem mais democrático e ocidental do que o dos ayatollhas que se lhe seguiu, com o aplauso geral e o apoio, mais ou menos disfarçado, de França e EUA.

É evidente que as ditaduras nesses países é, aos meus olhos de democrata ocidental, intolerável. É evidente, também, que o apoio dos países europeus e dos EUA a esses regimes por razões estratégicas e a sua condenação, agora, pelas mesmíssimas razões e na esperança de que o que se lhe seguir não se volte contra eles, é igualmente intolerável. Como também é intolerável que se não procure ver e compreender que, neste caso concreto, como noutros de outras latitudes, o modelo de democracia ocidental não é exportável para aplicação imediata, que há que contar com a cultura dos seus povos, com o percurso histórico que, devido a vários factores, entre os quais os religiosos, têm vindo a percorrer e que querer impor um modelo político – por mais desejável que aos nossos olhos seja – é um erro crasso que custará ao Ocidente mais do que muitos, porque irrealistas, poderão supor.

É curioso, nesta revolta que grassa nos países árabes, constatar que todas essas abomináveis ditaduras substituíram monarquias com o beneplácito ocidental, em nome da liberdade que nunca veio a existir depois e que, nas monarquias árabes, com excepção do Barhein e da Arábia Saudita (onde ainda não se registaram movimentos de revolta) e que são monarquias absolutas, as reivindicações não tiveram como objecto os regimes, mas os governos e as suas políticas, salvaguardando a figura dos seus reis. Se o Ocidente não quiser meter a cabeça na areia, especialmente os EUA que sempre apoiaram o derrube das monarquias com a única excepção do Japão e que é na Ásia a única democracia moderna, e não conseguir perceber o seu significado, esperemos que em nome da utopia não assistamos ao fim das monarquias jordana e marroquina e ao início de regimes teocráticos islâmicos, sem liberdade e uma terrível ameaça para o Ocidente e sobretudo para a Europa aqui tão perto.

Confundir os desejos e as ideologias – por mais belos e justos que possam parecer – com as realidades, é um erro que se paga caro.

João Mattos e Silva (Presidente da Real Associação de Lisboa)

Fonte: Real Associação de Lisboa

Um comentário num artigo do Público

"As realezas europeias versus Kadafís
Queixam-se muitas pessoas das monarquias e das vantagens da vida das famílias reais, que é só palácios e casas bestiais e criadagem a dar com um pau, mas gostava que comparassem a vida das realezas europeias com esta gente Khadafi que é de fugir a 7 pés. Nada destas vantagens, políticas empregos e controlo das Tv, jornais, polícia, exército e novos riquismos seria impensável em Inglaterra, Holanda, Suécia, Espanha, Dinamarca, Luxemburgo ou outros países. Nada disso é possível. Claro como são civilizados, têm maneiras, sabem comportar-se em público, a maior parte são bonitos com bom ar e cheios de consideração pelo próximo. O povo gosta é desta gente sem princípios, uns violentos que se apoderam dos estados como se fossem quintas, sem princípios morais e de respeito pelo povo que governam, ordinários que nem carroceiros, ladrões e vigaristas."

De um leitor sobre isto.

Fonte: Centenário da República

EXPOSIÇÃO "DONA AMÉLIA E DOM MANUEL II - OS ÚLTIMOS REIS DE PORTUGAL" NA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE PONTA DELGADA

A Biblioteca Municipal de Ponta Delgada vai receber, a partir de quinta-feira, 24 de Fevereiro, a exposição “D. Amélia e D. Manuel II – Os Últimos Reis de Portugal”. Esta exposição, que será inaugurada pelas 18h30 de quinta-feira e estará patente ao público até 11 de Março, é uma produção e realização da Associação Cultural “Mnesis 9”, em parceria com a Câmara de Ponta Delgada, através da Biblioteca Municipal.

Incluindo um total de 18 fotografias relativas às várias etapas da vida dos últimos Reis portugueses, a mostra de faz parte do programa anual de actividades da Biblioteca Municipal de Ponta Delgada., pode ser visitada de segunda a sexta-feira entre as 10h00 e as 18h00. A última Rainha de Portugal, de seu nome Maria Amélia Luísa Helena de Bourbon Orléans e Bragança, nasceu em Inglaterra, a 28 de Setembro de 1865 e morreu em França, 25 de Outubro de 1951. Era filha dos condes de Paris e casou com Dom Carlos em 1886. Como Rainha de Portugal, desenvolveu uma notável actividade no campo da assistência, criando, em 1899, a Assistência aos Tuberculosos e, em 1905, o Museu dos Coches. Em 1908, em plena crise política, a Família Real foi alvo de um atentado na Praça do Comércio, em Lisboa, quando regressava de Vila Viçosa. O Rei Dom Carlos e o Príncipe Herdeiro, Dom Luís Filipe, morreram em consequência desse atentado. Dom Manuel ficou ferido sem gravidade e apenas a Rainha saiu ilesa desse atentado. Aquando da revolução de 5 de Outubro de 1910, Dona Amélia encontrava-se no Palácio da Pena, mas foi juntar-se ao filho, D. Manuel II, em Mafra, acompanhando-o, depois, no exílio, em Gibraltar e em Inglaterra. Dom Manuel II nasceu em Lisboa e morreu em Inglaterra. Foi o último monarca de Portugal (1908-1910. Nasceu no Palácio de Belém, a 19 de Março de 1889, recebeu o nome de Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio e morreu em Twickenham, Inglaterra, a 2 de Julho de 1932. Ao longo do seu reinado, Dom Manuel II procurou sempre ir ao encontro das reivindicações operárias. Chamou, inclusivamente, Léon Poinsard para estudar as possibilidades de uma reforma das condições económicas e sociais do país. Em matéria de política externa procurou estabelecer boas relações com a Espanha e Inglaterra. No entanto, a 3 de Outubro de 1910 rebentou a revolta republicana em Lisboa que triunfou em 5 do mesmo mês. Dom Manuel exilou-se, então, em Plymouth, mas manteve-se sempre interessado pela política de Portugal, defendendo, na altura, a entrada do país, ao lado dos aliados, na primeira guerra mundial. Pelo Gab. Imp. CMPD

Fonte: Família Real Portuguesa

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Saber escolher para Portugal

Querer dar uma melhor resposta aos problemas do Portugal de hoje, não é proeza fácil, contudo uma forma de encaminhar o nosso País, passa necessariamente pela reformulação das suas estruturas, neste caso o regime. A monarquia é a resposta!

São muitos os argumentos positivos em relação ao regime monárquico, dos quais passamos agora a destacar três: Estabilidade, Independência e Cooperação. Estas qualidades da instituição real são talvez algumas das falhas mais visíveis da actual “república de ninguém”.

A coroa confere à chefia de estado, um carácter vitalício, alterável apenas por razão de incumprimento *, o que permite um funcionamento articulado e mecânico, mas ao mesmo tempo humano, das instituições governativas do País. Em república e elegibilidade do cargo é não só factor de instabilidade, mas também causador de inúmeras alterações desnecessárias, que para além de mais causam elevados gastos ao erário público. Não permitindo ainda a criação de um laço identificativo entre os cidadãos e o seu representante máximo.

Ao não ser eleito, mas apenas confirmado pelos representantes da nação em assembleia (seja ela Cortes ou Assembleia de Deputados), o factor de independência nunca é posto em causa. Desta feita na república, já não se verifica o mesmo, sujeito sempre ao apoio partidário, e economicamente pressionado e dependente do “lobbies” financeiros e empresarial a sua imparcialidade pode, e deve ser questionada por todos nós. De uma forma mais redutora é a mesma coisa que num jogo de futebol o árbitro seja de uma das equipas!

A melhor cooperação existente no sistema monárquico, advém do factor antecedente (independência). Preparado desde cedo para as funções constitucionais que lhe competem, o Rei coopera melhor com as instituições, exercendo na plenitude o poder moderador que lhe compete. Representando melhor os interesses do país quer junto dos órgãos representativos, locais, nacionais e internacionais, sendo visto como o elemento vivo do estado.

Clarificados, estes argumentos, ajudam-nos agora a reflectir sobre o que é melhor para nós, cidadãos e para nós nação portuguesa. É preciso fazer uma escolha diferente para Portugal, dar uma resposta segura e actual a estas questões. A monarquia é uma escolha de cada um de nós enquanto portugueses, mas acima de tudo representa uma forma nova de traçar uma rota para Portugal.

* - As razões plausíveis para o abandono do trono por parte do monarca em vida prendem-se com situações como: abdicação de funções e ou com o incumprimento da função confiada, em que este é substituído pelo seu sucessor, veja-se o caso de Dom Afonso VI de Portugal.

Fonte: Juventude Monárquica do Porto

«MÃE CLARA» VAI SUBIR AOS ALTARES

A beatificação da irmã Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899) vai ter lugar a 21 de Maio, no Estádio do Restelo, Lisboa, anunciou a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), fundada pela futura beata.

Maria Clara do Menino Jesus fundou em 3 de Maio de 1871 a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição cuja Província de Santa Maria se encontra sedeada em Fátima. Aquela Congregação teve o Convento de S. Patrício como primeira casa-mãe tendo-se alguns anos mais tarde transferido para o Convento das Trinas do Mocambo que se encontrava em vias de ficar desabitado, aí permanecendo até 1910, altura em que o governo da República decretou a extinção das ordens religiosas.

A Irmã Maria Clara do Menino Jesus que, conjuntamente com o Padre Raymundo dos Anjos Beirão, fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, nasceu no Palácio da Quinta do Bosque, na Amadora, em 15 de Junho de 1843. Descendia de uma nobre família aparentada com os marqueses de Távora e os marqueses de Fronteira, aliás entrelaçada com quase toda a nobreza portuguesa. Recebeu, no século, o nome Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque e foi baptizada na Igreja de Benfica, onde aliás se encontra uma lápide a assinalar o facto. Porém, as vicissitudes da vida levaram-na a ficar órfã ainda muito nova, tendo perdido os seus pais vitimados pelas epidemias de cólera e de febre-amarela que grassaram em Portugal em meados do século XIX. Embora tendo família, em Outubro de 1857, ingressou no Asilo Real da Ajuda, junto das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, religiosas francesas que vieram para Portugal, a pedido de D. Pedro V, a fim de cuidarem da educação dos órfãos de famílias nobres, vítimas daquelas epidemias.

A Irmã Maria Clara, aliás Libânia do Carmo, viveu no referido asilo até 1862, altura em que as Irmãs da Caridade francesas foram expulsas do país, passando a viver no Palácio dos Marqueses de Valada, a quem ainda lhe ligavam laços de parentesco, para além da amizade com a sua família. Porém, apesar dos cuidados em que vivia e do ambiente luxuoso que a rodeava, foi a miséria e a penúria que via à sua volta, num país flagelado por constantes conflitos, a que se juntavam as péssimas condições de higiene, causa natural de propagação de doenças e epidemias, que a fez entregar-se ao serviço de Deus e do próximo, erguendo uma obra social grandiosa e digna dos maiores louvores. O fascículo “Faces de Eva” nº. 7, inscreve-a no quadro das pioneiras da acção social do século XIX.

Em 1867 ingressou no Pensionato de S. Patrício onde, tempo mais tarde professou particularmente, como Terceira de Nossa Senhora da Conceição, recebendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus. Uma vez proibida a profissão, em Portugal, foi a Calais, França, fazer o Noviciado e votos públicos. Regressada a Portugal, fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus, dedicando-se as irmãs a todo o bem-fazer e tornando-se em primeiras missionárias a trabalhar em Angola, Goa, Guiné e Cabo Verde. O lema que escolheu foi o de Onde houver o bem a fazer que se faça”.

A Irmã Maria Clara do Menino Jesus viveu uma vida intensa de entrega a Deus e ao próximo. Mas, para além da sua árdua missão, foi submetida a um intenso desgaste causado pelas perseguições de que foram alvo, fruto de um ambiente hostil fomentado na época por sectores republicanos que, entre outros aspectos, viam na Igreja Católica um aliado do regime monárquico. Veio a falecer em 1 de Dezembro de 1899 e encontra-se sepultada em Linda-a-Pastora, nos arredores de Lisboa. Em 2008, foi pelo Papa Bento XVI, proclamada “Venerável”. Estando em curso o estudo de um milagre, ocorrido em Baiona, Espanha, e já reconhecido pela consulta médica, em Roma, aguarda-se que as duas últimas etapas desse estudo, a ser feito por Teólogos, primeiro, e depois por Cardeais e Bispos, tenha o mesmo resultado e se possa, em breve, assistir à sua beatificação.

João Paulo II, na carta que em 2001 enviou à Superiora Geral das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, Maria Isilda de Freitas, por ocasião da passagem dos cento e vinte e cinco anos da concessão pelo Papa Pio IX da aprovação pontifícia da Congregação, feita através do rescrito “Sanctissimus Dominus”, “Na segunda metade do século XIX, os ventos da história sopravam contrários e borrascosos, com naufrágio de esperanças sem conta e o bom Deus a fazer dos próprios náufragos salva-vidas, como no caso da Irmã Maria Clara” E, aludindo a uma passagem bíblica, do tempo dos Patriarcas, acrescenta: “O texto traz à mente a força de Deus que moveu a Irmã Maria Clara a tirar do estado de abandono em que se encontrava a comunidade das Capuchinhas de Nossa Senhora da Conceição elevando-as a Instituto, “a fim de se unirem mais intimamente a Deus, que as chamava a coisas mais altas”ou (…) quando, após a morte da última Religiosa Trinitária no Convento das Trinas, Irmã Maria Clara tem de lutar pela posse do mesmo, como aliás lhe estava prometido pelo Governo, vindo a tornar-se a segunda Casa-Mãe da Congregação”.

Ao longo da sua existência, a Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição ergueu uma importante obra social, não apenas em Portugal como noutros países, em diversos continentes, possuindo inclusive missões em Angola, Goa, Guiné-Bissau, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Moçambique, Timor, Brasil, Malawi, Suazilândia, Filipinas, México e Califórnia.

Ilustração Portuguesa, de 7 de Novembro de 1910, reproduziu uma gravura do Illustred London News, retratando a prisão das irmãs franciscanas, com a seguinte legenda: “Religiosas conduzidas para o Arsenal da Marinha, escoltadas por forças do exército e da marinha”.

Fonte: AUREN

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

D. XIMENES BELO DISTINGUIDO PERSONALIDADE LUSÓFONA DO ANO

Lisboa, 22 Fevereiro - O Bispo D. Ximenes Belo recebeu na segunda feira, 21, o Prémio Personalidade Lusófona do Ano (2010), no decorrer de uma cerimónia que teve lugar na Academia das Ciências de Lisboa, iniciativa do MIL – Movimento Internacional Lusófono e daquela instituição. Foi o próprio Prof Dr. Adriano Moreira, vice presidente da Academia, que entregou o Prémio a D. Ximenes Belo, relevando o respeito e gratidão que sentia pelas “pessoas que lutaram em Timor, que sofreram, cada um colocando a pequena pedra com que se constrói a grande História”.

“Entre essa pessoas conta-se D. Ximenes Belo”, sublinhou Adriano Moreira, recordando a forma calorosa como o Bispo de Timor foi recebido em Lisboa, num ambiente de grande triunfo após o conflito com a Indonésia, sublinhando o facto de em Timor, a “opção pela língua portuguesa ser uma defesa da identidade”, não deixando de destacar o contributo do Bispo de Timor para se atingir esse desiderato.

Renato Epifânio, presidente da direcção do MIL, explicou os motivos que levaram a distinguir tão ilustre personalidade do mundo lusófono:”Não o fazemos por razões religiosas, já que o MIL não está ligado a nenhuma Igreja, como a nenhum partido político. Fazemo-lo porque D. Ximenes Belo é, decerto, uma das figuras que melhor personifica o próprio povo timorense – na sua resistência à ocupação indonésia e na consequente libertação”.

“Com efeito, a par da resistência armada, a Igreja timorense foi o grande esteio da resistência espiritual e cultural a essa mesma ocupação indonésia, a grande responsável por Timor-Leste ter permanecido um país lusófono (…) uma dessas vozes, porventura, a mais audível, foi, decerto, a do Bispo D. Carlos Ximenes Belo”, acrescentou o responsável do Movimento Internacional Lusófono, lembrando no seu discurso o facto de que, apesar de Portugal ter deixado o seu antigo território abandonado à sua sorte, não o defendendo devidamente face à ocupação indonésia, o povo de Timor Leste quis permanecer no espaço lusófono.” Também por isso homenageamos o Bispo de Timor e, na sua pessoa, todo o Povo Timorense”, acentuou Renato Epifânio.

Agradecendo visivelmente emocionado a homenagem, D. Ximenes Belo diz ter recebido o Prémio como “um compromisso de trabalho em prol da Lusofonia”, saudando e apoiando os esforços feitos em prol das comunidades falantes da língua portuguesa”, frisando que a “lusofonia não se esgota na língua portuguesa mas no uso desta como factor de aproximação entre os vários países da mesma comunidade” .

A Embaixadora de Timor Leste em Lisboa, Natália Carrascalão e SAR, D. Duarte de Bragança, foram algumas das personalidades presentes nesta sessão que dignificou um dos princípios que levaram à criação do MIL - a defesa do reforço dos laços entre os países lusófonos, numa base de liberdade e fraternidade .Ou seja, a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, um dos sonhos de Agostinho da Silva, contando-se entre as principais propostas do Movimento, a criação de um “Passaporte Lusófono”, um Banco e um canal de TV, para além da defesa de candidaturas independentes à Assembleia da República Portuguesa, como forma de revitalização da democracia.

Fonte: Liberal Online

Nova História da Porcaria

Desde que a Nova História veio estabelecer que na historiografia não há barreiras, que alguns historiadores e estoriadores deixaram de se pôr em bicos dos pés e alegremente deram azo aos seus desejos mais íntimos. O voyeurismo histórico está na moda. Espreitar através dos buracos da fechadura é o único método e o único alívio para estes onanistas da cronologia. Mesmo que não interesse absolutamente nada saber a cor ou o material dos cueiros do Colombo, o número de vezes que o nosso D. João VI comia coxas de frango, se D. Carlota Joaquina se amantizava, ou sequer se Napoleão tinha chatos, estes parecem ser os temas em voga. E ainda que a dimensão do nariz de Cleópatra tenha influído na História Universal, (vá lá, compreende-se a pertinência da contra-factualidade), conhecer os pormenores sórdidos da alcova régia ou presidencial para que serve? Apenas masturbadores compulsivos que pretendem livrar-se ocasionalmente da lascívia que os apoquenta. A maior parte disto é porcaria. História do Sexo? História do Peido? História do Coito? História Queer? Amantes dos Reis de Portugal? Pormenores escabrosos de teor sexual? O que é isto? Nada, é claro. A maioria dos "investigadores" nem se preocupa em relacionar o tema e o objecto de estudo, no Tempo e no Espaço. Vamos analisar a tal história queer ou homossexual. Primeiro, ambos os termos são contemporâneos e, em segundo lugar, a própria consciência de "ser-se" homossexual é também recente. Como conceber isto aos olhos da medievalidade ou do classicismo? Impossível, dada a escassez de relatos na primeira pessoa É, aliás, impossível traçar uma linha que seja verdadeira e honestamente científica da tal "homossexualidade" desde, vamos supor, a Pré-História até hoje, que não seja pela biologia. Mas para isso não é preciso um historiador que nos venha elencar os homossexuais ou as lésbicas "famosas" desde há milhares de anos. Porque é disso que se trata, "desmascarar" os famosos nas suas "grandezas ou misérias" e expô-los ao ridículo - o que não deixa de ser curioso, quando a ideia inicial da maioria destes articulistas ou historiadores até será fazer a apologia da tal orientação sexual, supostamente errada ontem e correctíssima (aconselhável, diria mesmo) nos dias de hoje. Os livros ou as reportagens que saem todos os dias sobre estas questões só servem para satisfazer as vendas editoriais, o ego de certos autores e o deleite de alguns leitores, desejosos por trocaram a monótona vida sexual que levam, pela garbosa e debochada vida dos mortos. De resto, como é sabido, jornalistas não escrevem História. Só estorietas. Por isso estes já muita gente não leva a sério. O pior é quando cientistas sociais embarcam nesta brincadeira e sujam as mãos com tanta porcaria...

Nuno Resende

Fonte: Obliviário

Foi mágico!

Lisboa, 1 de Fevereiro 2011 18:55H

Saio de casa a correr e levo a minha bandeira azul e branca , não quero chegar atrasado … O ponto de encontro era junto à placa que assinala o local onde tragicamente foram assassinados S.A.R D. Carlos e D. Luís Filipe. Para minha surpresa quando lá chego, não se encontra uma única pessoa e faltam cinco minutos para a hora marcada … Para mal de meus pecados, esquecia-me do nome da Igreja , tentei ligar para amigos mas ninguém me respondeu , desloquei-me às Igrejas mais próximas e …nada.

Subi a rua em direcção aos Armazéns do Chiado e foi quando me lembrei de passar pela Igreja que fica perto da Real de Lisboa .. o destino não me deixou ficar mal pois era ali a evocação do regicídio !

Entro na igreja que estava cheia e aquecida, não havia um lugar para me sentar …Fiquei cá atrás a assistir à missa, até que chegou o momento de comungar. Desloco-me lentamente em direcção ao altar. As pessoas estavam geralmente muito bem vestidas, menos eu que estava com a roupa do dia a dia.
Vi cavalheiros com grandes bigodes como se tivessem escovado antes de sair de casa :-) As senhoras também não fugiram à regra … Algumas com véu e vestidos compridos … Do lado esquerdo está uma senhora que canta melhor ainda que os músicos .. Quando finalmente vou comungar vejo S.A.R. D.Duarte do lado direito e D.Isabel … Disfarcei a alegria olhando em frente e finalmente comunguei.

Após comungar retorno ao meu lugar pelo lado esquerdo indo de seguido para o lado direito da igreja ficando mais ou menos a meio, Olhando para o lado esquerdo, vejo uma senhora que me faz um gesto Era Maria Menezes a quem fui cumprimentar logo de seguido veio José Tomás e o Duarte que também me cumprimentaram já a missa tinha terminado e o casal Real deslocou-se a uma sala onde todos os pudemos cumprimentar.

Já na sala deixamos primeiro aqueles que são os amigos mais chegados da família Real cumprimentar o casal , Eu estava tão nervoso que quando chegou a minha vez não sabia o que dizer ,José Tomás disse a D.Duarte e a D.Isabel que eu era o criador de um grupo na net e para minha surpresa D.Duarte deu-me os parabéns pelo grupo que estava muito bem e que costuma acompanhar !

Eu não queria acreditar parecia estar num sonho!

Permaneci na sala onde José Tomás me continua a apresentar pessoas como a senhora deputada municipal Aline à qual eu tive o prazer de conhecer e ali permaneci na companhia de pessoas de alto valor para a Causa!

Devo agradecer a todos os membros do grupo Monárquicos Portugueses Unidos em especial por colaborarem no seu perfeito funcionamento!

Filipe Cardeal

Fonte: Monárquicos Portugueses Unidos

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Textos de Fernando Pessoa (III)

«Vem o Sr. Afonso Costa… Aquilo é que é uma besta! (…)

É daqueles homens a quem o epíteto ilustre anda sempre atado como uma lata ao rabo dum cão, a pertencer-lhe, tanto como a lata ao cão pertence.

(…) Resta um ponto, e este, quero frisá-lo claramente, para que nenhuma dúvida reste. A minha carta terminava com as frases, que na Capital foram transcritas, sobre o desastre acontecido ao chefe do partido cognominado democrático. Apontou V. Ex.ª à execração pública o autor de semelhante trecho, desapiedado e mau. Peço encarecidamente a V. Ex.ª que me deixe vincar bem o quanto eu, longe de retirar essas frases, mais convictamente e mais ardentemente as apoio e as vinco. O chefe do partido democrático não merece a consideração devida a qualquer vulgar membro da humanidade. Ele colocou-se fora das condições em que se pode ter piedade ou compaixão pelos homens. A sua acção através da sociedade portuguesa tem sido a dum ciclone, devastando, estragando, perturbando tudo, com a diferença, a favor do ciclone, que o ciclone, ao contrário de Costa, não emporcalha e enlameia. Para o responsável máximo do estado de anarquia, de desolação, e de tristeza em que jazem as almas portuguesas, para o sinistro chefe de regimentos de assassinos e de ladrões, não pode haver compaixão que os combatentes leais merecem, que aos homens vulgares é devida. Costa nem sequer tem o relevo intelectual que doure a sua torpeza. A sua figura é a dum sapo que misteriosamente se tornasse fera. Pode ter-se compaixão por aqueles por quem se tem ódio. É impossível a compaixão por aqueles que não podem deixar de inspirar ódio e nojo, conjuntamente. Por isso eu quero frizar – e sei que ao frizá-lo estão comigo os votos de grande número dos portugueses, dos católicos oprimidos, das classes médias atacadas, dos cidadãos pacíficos assaltados nas ruas, de todos aqueles que o General Pimenta de Castro representava – que só não se regozija, no desastre acontecido a Costa, a circunstância, que infelizmente se parece confirmar, do seu restabelecimento. Esse homem – esse homem sem relevo espiritual, sem nobreza de carácter, que nunca teve uma ideia elevada, um gesto generoso, um movimento de ternura – esse homem não pertence ao número daqueles por quem nós podemos sentir humanamente.

Não podendo (Afonso Costa) fazer mais nada, é homem para mandar assassinar. Tudo depende do seu grau de indignação.»

A Juventude Monárquica do Porto

A Juventude Monárquica do Porto foi reformulada a 31 de Janeiro de 2011, em assembleia geral com a entrada de três novos vogais para a direcção da Real Associação do Porto, Mariana Cyrne Pacheco , João de Brito e Faro e António Baião Pinto. Contando ainda com a colaboração de outro associado Tomaz de Souza Falcão. A Juventude Monárquica do Porto é parte integrante e dependente da Real Associação do Porto, órgão regional da Causa Real do mesmo distrito.

A Juventude Monárquica do Porto tem como principal objectivo reunir os jovens portugueses em torno do ideal monárquico, independentemente da sua classe social ou ideologia política, pelo que convidamos a aderir, a participar e a nela se inscrever, todos aqueles que concordam com o nosso anunciado objectivo, a Restauração da Monarquia em Portugal!

Fonte: Juventude Monárquica do Porto

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A ÁGUA DE UM RIO É O ESPELHO DO HOMEM?

O filósofo Ludwig Fewrback afirmou que “a água é o primeiro espelho do homem” no sentido de que reflecte a identidade e a verdade da acção do homem sobre a natureza.

Alguns defensores da água vão mais longe questionando a sustentabilidade do nosso modo de vida e do tratamento das águas do planeta ao afirmarem “se um rio é como um espelho que reflecte os valores e comportamentos da nossa sociedade, a nossa não vale o que bebe nem o que come, valendo talvez o que produz de sujidade, lixo e poluição...” (Dom Luiz Flávio Cappio - Bispo da Diocese de Barra, Bahia).

À semelhança de Narciso, o Homem rejeitou a paixão da ninfa Eco e foi amaldiçoado a apaixonar-se incontrolavelmente pelo consumo exagerado e desregrado que não sendo capaz de satisfazer em harmonia com a natureza por certo o conduzirá ao suicídio por exaustão dos solos, da floresta e da água, pela desertificação do planeta. O próprio slogan “salvar o planeta” denota uma cegueira de quem não assume que tem de agir para salvar a própria vida e a biodiversidade que nele habita.

Na verdade, a degradação do ar, floresta, solo e água irá prejudicar a qualidade destes recursos no futuro e conduzir a uma menor produtividade das diversas actividades económicas que destes dependem, que actualmente mantém práticas e níveis de produção insustentáveis face aos recursos disponíveis.

Quanto aos recursos hídricos, aos rios, ribeiras e aquíferos, o seu estado ecológico tem vindo a ser prejudicado por factores de diversa ordem, como sejam:
a) a menor capacidade de retenção da água nos solos devido à plantação de vegetação que facilita a evaporação (ex: eucalipto) em substituição de vegetação autóctone (ex: carvalho) que a dificultava;
b) a degradação da qualidade da água decorrente do insuficiente tratamento das águas residuais do consumo humano, da poluição produzida pelo excesso de fertilizantes químicos utilizados na agricultura intensiva, pelas descargas ilegais da indústria agro-alimentar e da pecuária, com especial responsabilidade das suiniculturas, e pelo aumento do número de barragens;
c) o esgotamento de aquíferos e a escassez de águas subterrâneas decorrente da sobre - exploração dos recursos hídricos pelo agricultura de regadio;
d) a redução dos caudais dos rios que são alimentados pelos aquíferos, desviados através de transvases para a irrigação de outras bacias e retidos por barragens que alteram o ciclo hidrológico e favorecem a evaporação;
e) a diminuição dos caudais que permite a subida da água do mar face ao recuo da água doce e a progressão da salinização dos solos com a consequente redução da superfície de terras disponíveis para a agricultura.

Os maltratos a que o rio Tejo está actualmente sujeito é um bom exemplo da cegueira e do desequilíbrio na exploração dos recursos hídricos, sendo também um espelho que reflecte a degradação dos seus afluentes.

O rio Tejo tem visto os seus caudais diminuídos até à secura devido à retenção de água nas barragens e ao seu desvio por transvases, enquanto os seus afluentes lhe têm vindo a transmitir uma acentuada carga de poluição gerada pelas descargas de efluentes das suiniculturas e da indústria agro-alimentar no rio Maior, de químicos da indústria dos curtumes no rio Alviela, de fertilizantes químicos excessivamente usados na agricultura intensiva, da indústria de óleos e de álcool no rio Almonda e das águas residuais de consumo humano (esgotos domésticos) sem adequado tratamento na ribeira de Santa Catarina, como em tantos outros dos afluentes da sua bacia.

E vocês? Já olharam bem para os rios, ribeiras e riachos da vossa terra?
Acham que o Tejo os merece?


Paulo Constantino

Fonte: proTEJO - Movimento Pelo TEJO

A ESPERA DE SER PUBLICADO

«DOM JOÃO VI – COMO UM PRÍNCIPE VALENTE ENGANOU NAPOLEÃO E SALVOU O REINO DE PORTUGAL» nasceu da indignação de ver o meu país amesquinhado no livro «1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil», da autoria do jornalista brasileiro Laurentino Gomes, numa edição da Dom Quixote (2008).

Uma vez mais, Portugal e os Portugueses foram expostos ao ridículo, publicamente. Mundialmente. Até porque o «1808» foi um best-seller. E esta não é a primeira vez que tal acontece, sob uma passividade, a abeirar a subserviência, de quem tem o dever de defender a Honra e a História do País.

Para mim, chega! Basta!

Portugal é um país territorialmente pequeno, mas não deve deixar que o amesquinhem deste modo tão acintoso, porque a sua alma é grande. A sua História está repleta de feitos e actos estóicos. Um povo deve celebrar os valores do seu país, mais do que deixar que o mundo grite as suas desvirtudes. Estas devem ser redimidas na intimidade da sua auto-estima. Por isso, tem o dever de repelir os mal-intencionados, direi mesmo, os ignorantes, que nada sabem da nossa História.

E porque tudo vale a pena quando a alma não é pequena (citando Fernando Pessoa), este é o meu contributo no sentido de resgatar o bom-nome de Portugal.

Todos os povos têm virtudes e defeitos. Portugal não foge à regra. Contudo, o maior defeito do povo Português é o de não acreditar nas suas virtudes, e apoucar-se perante os juízos menores que dele fazem os que desconhecem a grandeza do seu percurso histórico, e de como sempre conseguiu manter-se na corda bamba, sem nunca perder completamente o equilíbrio.

E isso não é coisa pouca!

São essas virtudes que pretendo realçar nesta narrativa, além de recuperar a figura ímpar de D. João VI, que teve um papel preponderante na sua época, uma vez que se hoje somos um País livre e independente, a ele o devemos.

Isabel A. Ferreira
(Livro a aguardar publicação)

Fonte: Real Associação da Beira Litoral

A propósito do “DISCURSO DO REI”

Portugal vive um momento de particular indefinição política e de insegurança, mais ou menos generalizada, quanto ao futuro que se constrói a um ritmo vertiginoso e, tantas vezes, de consequências imprevisíveis. A isto, não é alheio um afastamento dos cidadãos da intervenção na esfera do político proporcional à facilidade com que encomendam ao poder assumido a construção das suas vidas.

A indefinição resulta, entre outras causas, da perversão das regras da democracia e da sã convivência cultural entre os cidadãos em prol do alarde constante das benfeitorias realizadas e devidamente acompanhadas da manipulação propagandística que tanto escamoteia e altera a realidade.

Os valores alteram-se e a conduta do homem político navega ao sabor das necessidades mais imediatas.

As ideias, posições e medidas actuais não pautam a sua existência lógica por qualquer acordo ideológico, bem pelo contrário, resultam da queda dos sistemas ideológicos, cujas formas limitativas, estáticas e até ditatoriais se impõem ao homem, inibindo-o de desenvolver e aperfeiçoar os valores da cidadania.

Neste contexto, apetece-me afirmar que a única ideologia que defendo, é a afirmação dos valores humanos como realidade concreta e intransponível. Valores que ganham maior sentido no relacionamento social e logo na construção da sociedade mais perfeita em que todos os homens tem uma função activa e modificadora na procura da melhor solução.

A democracia não sendo um sistema perfeito, porque não é conseguido, é um conjunto de ideias e valores, assentes na soberania popular em constante aperfeiçoamento.

Por isso defendo a restauração da Monarquia.

Só a Monarquia poderá garantir o aperfeiçoamento democrático, pelo respeito que assegura ao funcionamento das instituições livremente constituídas e aceites.

Só em Monarquia as instituições jurídico-políticas que servem o exercício da soberania se compatibilizam, quer pela diferente origem, quer pela regular distribuição de poderes e funções.

Justamente por ser a democracia um regime em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, não faz sentido que o actual quadro constitucional seja impeditivo quanto à possibilidade da restauração monárquica. A democracia enquanto modelo institucional de governo não se realiza coartando aos Portugueses a liberdade de opção quanto à forma de governo que preferem.

As grandes democracias do nosso tempo, parte delas dos países da Comunidade Europeia, são regimes monárquicos, escolhidos livremente pela soberania popular.

Em Portugal, esta opção é vetada, porque a alínea b) do artigo 288º da Constituição da República, violenta gravemente a dignidade dos portugueses, proibindo-os, até ao fim dos tempos, de virem a escolher o regime que melhor os poderá representar.

Trata-se sem dúvida de uma grave ofensa à dignidade do povo português, cujas opções ficaram assim condicionadas arbitrariamente pela vontade de um efémero grupo de indivíduos, expressa num fugaz e perturbado momento da nossa história.

E tudo isto em defesa de um regime – o republicano – que, sem prévia nem posterior consulta aos portugueses, foi imposto pela força das armas.

Ao longo da nossa História o pacto entre o Rei e o Povo permitiram-nos ultrapassar dificuldades e enveredar pelo caminho do progresso e do desenvolvimento. Acordo esse, que foi rasgado pela propaganda republicana e que por ela continua impedido. Perante a conservadora República em que vivemos é necessário levantar e nobilitar o tradicional e actual conceito de Monarquia, só possível pela vontade popular.

No povo reside a soberania nacional. Soberania que é delegada em órgãos que a administram. Porque de delegação se trata, compete ao povo assegurar o seu papel interveniente enquanto cidadão. O povo é a noção e a medida do exercício do poder político. Por isso defendo a Monarquia Popular.

Manuel Beninger (Deputado Municipal PPM)

Fonte: PPM Braga

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Portugal : Remise à Lisbonne d'un modèle du chebec marocain offert au Maroc par la commission portugaise d'histoire militaire

Une cérémonie de remise d'un modèle du chebec marocain offert par la Commission Portugaise d'histoire militaire à la commission marocaine d'histoire militaire a été organisée, jeudi soir, à Lisbonne.

Au cours de cette cérémonie qui s'est déroulée en présence de plusieurs personnalités portugaises, l'Ambassadeur du Maroc au Portugal, Mme Karima Benyaich, a souligné que le patrimoine commun maroco-portugais occupe une place particulière dans le cœur des Marocains et des Portugais et constitue la fierté des deux peuples.

La remise de ce modèle du chebec marocain destiné au musée militaire à Rabat est un autre exemple que Portugais et Marocains vivent encore cette inter-culturalité dans un climat d'amitié profonde, a souligné Mme Benyaich.

Ce modèle du chebec, navire marocain datant du 18ème siècle, rappelle que "le patrimoine maroco-portugais n'est pas fait uniquement de forteresses et d'églises, de traditions et de coutumes, de traces dans les deux langues et dans le culinaire, mais il est aussi constitué de ces moyens de communications et de défense, qui ont sillonné les mers et rappelé le poids et l'importance de nos pays, carrefours maritimes et creusets de tant de civilisations".

Après avoir rendu hommage à la longue et riche histoire qui, par-delà l'Atlantique, unit le Maroc et le Portugal et fait de ce voisinage un exemple d'entente, d'amitié et de respect mutuel, Mme Benyaich a indiqué que de "1415 à 1769, les deux peuples marocain et portugais se sont rendus compte de leur grandeur et des valeurs qu'ils ont en partage malgré les péripéties historiques".

La diplomate a, à cet égard, rappelé que les découvertes africaines avaient fait, de la navigation au quinzième siècle, le domaine de prédilection du Portugal, notant que dans ces prospections géographiques et économiques, le Maroc était en première ligne, et l'aventure indienne de Vasco de Gama, qui changea la face du monde, avait pour point de départ une multitude de rencontres maroco-portugaises qui ont laissé des traces à Sebta, Boujdour, Qsar Seghir, Assilah, Tanger, Safi, Mazagan, Essaouira.

Ce patrimoine commun venait en écho à un autre legs laissé des siècles auparavant, sur le sol portugais où des sites regorgent de trésors qui témoignent des relations fortes, entretenues au cours des siècles par les deux pays, a ajouté Mme Benyaich, notant que la remise de ce modèle rappelle " cette impérieuse nécessité de redonner à notre patrimoine culturel la place qui lui revient, c'est-à-dire un pivot, une jonction, un point de rencontre, d'ouverture, de dialogue et d'échange constructif ".

Pour sa part, le président de la commission Portugaise d'histoire militaire, le lieutenant général Alexandre de Sousa Pinto, a indiqué que le modèle du chebec marocain constitue un exemple d'amitié et un pas de plus vers le renforcement des relations d'amitié et de coopération qui unissent les deux commissions d'histoire militaire.

Tout en se félicitant de la qualité et de l'excellence des liens de coopération entre les deux institutions, il a formulé le souhait de les raffermir davantage, ajoutant qu'une délégation de la commission portugaise d'histoire militaire se rendra prochainement au Maroc pour examiner les actions à entreprendre en vue d'intensifier davantage la coopération bilatérale.

Le chebec est un navire à voiles et à rames. Il est le survivant de navires latins et arabes beaucoup plus anciens.

Le chebec de 1785 est à 3 mâts et voiles, il a été utilisé pendant des siècles en Méditerranée en tant que navire marchand du fait de sa vitesse et de son faible tirant d'eau.

Les corsaires et les pirates méditerranéens en firent leur vaisseau de prédilection pour des attaques soudaines contre des navires marchands plus lourdement chargés.

Ont notamment pris part à cette cérémonie, SAR Dom Duarte de Bragança, Mme Elsa Pais, secrétaire d'Etat à l'égalité, le secrétaire général de la commission portugaise d'histoire militaire, le colonel José Ataide Banzol, Manuel Pechirra, président du Cercle d'amitié Portugal-Maroc, ainsi que plusieurs députés et personnalités du monde politique, économique et culturel.

Fonte: Casafree

ENTREVISTA DE SAR, DOM DUARTE À REVISTA GOLDEN NEWS CASCAIS: "PORTUGAL É O CENTRO DO MUNDO"


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Saíu o III Boletim do PDR – Projecto Democracia Real



Faça AQUI o download do Boletim

Portugal: Terra de um Povo Livre!

Em tempos bem distantes, ainda antes da Era de Cristo, Nosso Senhor, numa época em que o grande Império Romano estava em expansão, com os Exércitos de César a marcharem sobre a Europa, incluindo a Península Ibérica, existia, no extremo ocidental, na costa Atlântica, numa terra chamada Lusitânia, um povo guerreiro, com origens celtas e iberas que resistiu durante anos às invasões e à submissão às Leis de Roma. Esse povo guerreiro, era liderado por Viriato, que conseguiu, por diversas vezes derrotar tropas romanas que tentavam invadir o território de seu povo. Até que um dia, dois amigos de Viriato, decidem oferecer seus serviços a Roma e, por troca de dinheiro, mataram o grande Líder. Só que, quando estes foram para receber sua recompensa, o General Romano, disse-lhes que “Roma não paga a traidores” e mandou-os executar. Viriato morreu e seu povo acabou por ser subjugado pelos Romanos.

No século V, depois de Cristo, o Império Romano do Ocidente cai e a Península Ibérica é ocupada por povos germânicos, nomeadamente os Suevos que ocupariam uma boa parte do territórios que hoje se situa entre a Galiza e o Minho e os Visigodos ocuparam o resto da Península. Com uma crise de sucessão sueva, os Visigodos tomaram a sua capital, Portuscale, e acabaram por unir sob a sua Coroa toda a Península Ibérica.

Mas a Herança Sueva manteve-se. Quando em 711, os Mouros invadem a Península Ibérica, os Suevo-Visigodos, irão se refugiar nas Astúrias e conseguem resistir nessas terras altas e frias às investidas muçulmanas e acabarão, por contra-atacar ao longo dos séculos seguintes até que já no século XI, metade da Península Ibérica já era de novo, ocupada pelos descendentes dos povos Suevos e Visigodos, Cristão convertidos anteriormente, e criaram os novos Reinos de Leão, Castela, Navarra, Aragão e obviamente, Portugal que antes da formação do Condado Portucalense, já tinha nobres com ascendência Sueva e Visigótica que se juntaram ao Conde Dom Henrique, de origem Francesa, que se casou com Dona Teresa, filha Bastarda do Rei Afonso VI de Leão e Castela, e que procuraram junto dele, recuperar a velha Coroa Sueva que tinha sido tomada pelos Visigodos séculos antes.

Tal não se sucedeu com o Conde Dom Henrique, mas sim com o seu filho Dom Afonso Henriques, que graças aos seu grande espírito guerreiro, porá em prática as ideias de Seu Pai, e fundará o Reino de Portugal, nosso País.

A partir desse momento, Dom Afonso Henriques, enquanto Rei dos Portugueses, nunca pagou nenhuma tensa aos seus primos de Leão e Castela, porque efectivamente, o que ele sempre pretendeu, foi ser Rei Independente e Livre, numa Terra Livre, de Gente Livre.

Deste tempo, através dos princípios da nossa História – Pátria, surge o Pacto entre a Coroa e o Reino. Nenhum Rei subiria ao Trono sem ser Aclamado, isto é, sem ser eleito e confirmado por uma Assembleia. Inicialmente, até Dom Afonso III, as Cortes eram representadas apenas pela Realeza, a Nobreza e o Clero, mas este Rei, que veio de Bolonha para substituir o incapaz de seu irmão Dom Sancho II, que tinha sido excomungado pelo Papa, determinou, nas Cortes de Leiria de 1215 que os Concelhos, seriam representados, isto é, o Povo passava a ter os seus representantes nas Cortes, e assim foi até 1688, ano que Dom Pedro II decidiu já não ser preciso reunir Cortes para que um Rei suceda a outro. Contudo, desde a aclamação de Dom João V até ao Liberalismo Monárquico, os Reis foram sempre aclamados junto dos representantes de todo o Reino – Clero, Nobreza e Concelhos (Povo).

O Povo Livre, sempre quis ser independente do Reino de Espanha (anteriormente, Leão e Castela …), foi assim, ao aclamar Regedor e Defensor do Reino o Mestre de Avis, Dom João, que passaria a ser Rei de Portugal, como Dom João I.

Foi o povo que se juntou ao Prior do Crato, Dom António I, aclamado em Santarém que lutou com bravura no Vale de Alcântara, contra o Duque de Alba, acabando por perder a batalha, mas o sentimento de querer ser livre, manteve-se sempre vivo durante os 60 anos de domínio espanhol.

Foi o povo, que se juntou aos 40 Conjurados que derrubaram o poder espanhol em Lisboa e no Reino, participando patrioticamente, diria, na luta pela liberdade do Reino, aclamando Dom João IV como seu Rei.

Foi o povo, que se juntou ao Infante Dom Pedro, para derrubar o Rei Dom Afonso VI, e selar a Paz de uma Guerra da Restauração que estava a esgotar todo o Reino e Dom Pedro assinou a Paz com a Espanha em 1668.

Foi o povo, que mais uma vez se uniu, contra as invasões napoleónicas, juntando-se aos nossos heróis nacionais que acabariam por liderar a revolução Liberal de 1820, lutando pela Constituição e o Estado de Direito que Portugal acabaria por ser apenas 14 anos depois e com total consolidação, a partir de meados do século XIX.

Foi o povo, que se uniu, entregando seus dinheiros e jóias, para financiar uma possível guerra com a Grã-Bretanha por ocasião do Ultimatum de 1890.

Foi o povo, que nos anos da agonia da Monarquia, esteve sempre do lado dos seus Reis.

Não foi o povo que proclamou a República, mas sim um bando de traidores à Pátria, que nunca perceberam nada da História do seu Povo, matando o Rei e o Príncipe Real e impondo um regime anárquico e ditatorial, seja na I República, seja na II República e na III República. As falsas expectativas criadas pelos diversos golpes militares, regimes políticos republicanos, autoritários, militares, guerras inúteis levaram ao actual estado da Nação.

Viriato foi o nosso Primeiro Grande Líder, nesta terra de Liberdade.

Dom Afonso Henriques e seus descendentes perceberam que desde o início devíamos ser um Povo Livre e Independente.

Nós somos livres e o nosso Rei é livre.

Nós somos livres, pela Lei consagrada numa Constituição. E o Rei é Livre, pois não depende de ninguém a não ser de si próprio para prover ao bem do Reino, garantindo a Paz Interna, a Democracia e as Liberdades e Garantias do seu Povo; nós todos, Portugueses, Lusitanos!

Em todos os momentos da História da “Lusitania antiga Liberdade” – como lhe chamou o Grande Camões, o Povo fez-se ouvir e clamou sempre pela sua Liberdade.

Foi a República que lhe tirou a Liberdade impondo modelos políticos estrangeiros, afrancesados que nada correspondem às ânsias do Povo.

Devemos nos concentrar naquilo que fomos e no que nos tornámos.

Façamos ouvir a nossa Voz. Erguêmo-nos uns após os outros, até que de cordeiros, passemos a ter vozes de leões e impugnemos a nossa vontade junto de quem nos enganou, aclamando o nosso Rei, nosso Líder, Dom Duarte de Bragança, Herdeiro dos Nossos Maiores.

Viva o Rei!

Viva Portugal!

David Garcia

Fonte: Projecto Democracia Real

Suborno e Corrupção, ontem e hoje


No final da vida do Comandante Henrique de Paiva Couceiro, em Paço de Arcos, Salazar procurou repetidamente aliciá-lo para um cargo na administração de uma empresa pública, após anos antes o ter expulso duas vezes.
O Comandante recusou sempre o suborno, resumindo assim a tentativa Salazarista de comprar a sua adesão à 2ª República: “Não sabem a dificuldade que tive em me manter pobre!” MCH

Fonte: Causa Monárquica
Fonte: Família Real Portuguesa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

H.I. Esmiuça o 5 de Outubro e a República

Textos de Fernando Pessoa (II)

«Enquanto houver capital – e há-de haver sempre – toda a lei feita contra o capital há-de redundar em contra o trabalho. Capital e trabalho estão ligados; quem ataca um, julgando favorecer o outro, faz mal a ambos, porque o faz a um e esse está ligado ao outro.

São cousas antagónicas para quem está no hábito metafísico de tomar abstracções por realidades, mas sociologicamente completam-se; são as duas faces da vida económica.

Pode-se acabar com o capital, mas para isso é preciso ou é resultado o acabar também com o trabalho. (…)»

De como os burros nunca aprendem.

É curioso como estamos cada vez mais próximos dos ideais da Primeira República: perseguições, corrupção, proselitismo ideológico, intolerância, partidocracia e ...greves ferroviárias sucessivas! As comemorações para os 100 anos da República foram mais do que uma simples reeducação do país para a questão do regime. Foram uma benção.

Nuno Resende

Fonte:
Obliviário

Chamusca e Ulme comemoram 450 anos com Cortejo do Alvará

(Clique para ler)

Corria o ano de 1561, tinha passado apenas um ou dois dias desde a concessão do Alvará de Elevação dos Lugares da Chamusca e de Ulme a Vilas e Concelhos, quando Ruy Gomes da Silva, o "Príncipe Chamusquense" fez fieis depositários do dito alvará, a Câmara Municipal da Chamusca e as Juntas de Freguesia de Chamusca e de Ulme, as quais através dos respectivos presidentes juraram cuidar das suas terras e gentes, enquanto o influente Ruy Gomes da Silva exercia o seu papel de conselheiro de Filipe II de Espanha.

Fonte: Câmara Municipal da Chamusca

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Núcleo Monárquico da Bairrada inaugura sede

O Núcleo Monárquico da Bairrada (NMB) já tem sede. A cerimónia de inauguração decorreu no passado fim-de-semana, e contou, entre outras ações, com a oferta de bibliografia histórica, por Énio Semedo e Gaspar Albino. São livros que enriquecem o (ainda) escasso espólio do NMB, e que permitirão um melhor conhecimento de alguns períodos da história.

A inauguração foi, também, um momento para o reencontro de alguns amigos monárquicos, e para decidir que as instalações do NMB poderão ser utilizadas pela Real Associação da Beira Litoral.

Neste dia ficou ainda marcado um encontro para sábado (dia 19), na sede, pelas 15H30, que terá como pontos fortes a atualização da lista de inscritos e a planificação de atividades a desenvolver no futuro próximo. Mas também faz parte dos objetivos para esta reunião a primeira tentativa de organização do núcleo.

Os interessados em inscrever-se podem contactar Núcleo Monárquico da Bairrada pelo e-mail rui.godinho@sapo.pt ou pelo telefone 919238210.

Fonte: As Beiras

VÍDEO: SAR, DOM DUARTE ENTREGA OS PRÉMIOS NO CASINO DA PÓVOA POR OCASIÃO DO INÍCIO DO "ANO DO COELHO"

A Liga dos Chineses em Portugal, presidida por Y Ping Chow, distinguiu Cao Bei com o Galardão Relações Interculturais, em cerimónia realizada no Casino da Póvoa na noite de 4 de Fevereiro, para celebrar a entrada no Ano do Coelho.
O prémio foi entregue por S.A.R., Dom Duarte de Bragança e Cao Bei partilhou o palco com personalidades como Afonso Camões, presidente do Conselho de Administração da agência Lusa.



Fonte: Família Real Portuguesa

"São potenciais monárquicos"

Duque de Bragança classifica os abstencionistas das Presidenciais: “São potenciais monárquicos”

Há um largo número de “potenciais” monárquicos em Portugal. Quem o diz é SAR D. Duarte de Bragança, de 55 anos, numa análise aos números das eleições presidenciais. “Tenho consideração e amizade pelos principais candidatos, mas a realidade é que a maioria dos portugueses são os que não foram votar ou que votaram em branco. Isto quer dizer que 59,67 por cento (números oficiais) dos portugueses não se revêem na instituição. São potenciais monárquicos. Acham que não vale a pena ter um Chefe de Estado político, preferem ter outra alternativa. Julgo que é uma das conclusões que podem ser tiradas deste resultado eleitoral. Isto, apesar da excelente qualidade dos principais candidatos”, vincou o Duque de Bragança, à saída da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, no Chiado, em Lisboa, onde assistiu, acompanhado pela mulher, D.Isabel de Bragança, de 44 anos, à missa que assinalou o 103.º aniversário do Regicídio.

O Monarca aproveitou ainda a ocasião para fazer um balanço da sua iniciativa, que pretende angariar dinheiro para auxiliar as vítimas das cheias do Brasil, país com o qual o Chefe da Casa Real Portuguesa tem uma forte relação por ser filho de mãe brasileira e pelo largo número de primos, pelo ramo Orléans e Bragança, que têm casas na região afectada. “Um dos meus primos teve a casa inundada, mas felizmente não morreu ninguém. Vão começar a recuperação, mas trata-se de uma casa de férias. Infelizmente, houve imensa gente que perdeu a casa onde vivia”, explica. No entender do Duque de Bragança, “os brasileiros sentem muito a solidariedade de Portugal e ficam muito sensibilizados por saber que os portugueses demonstram interesse em ajudar”. E acrescenta: “Tenho recebido muitos donativos e já temos uma quantia razoável. Daqui a alguns dias já podemos fazer uma contribuição para a Cáritas brasileira.” Fora dos planos está uma viagem ao Brasil para entregar o donativo porque “não se justifica. O dinheiro que seria gasto na deslocação junta-se ao donativo”.

Por fim, SAR D. Duarte de Bragança faz um balanço da aventura escolar do filho mais velho do casal, D. Afonso, de 14 anos, actualmente a estudar em Londres. “Claro que há sempre saudades da família, sobretudo devido ao hábito de sempre ter vivido em casa. É um desafio e o Afonso gosta de encarar e ultrapassar os desafios. É um amadurecimento e crescimento. Tem contacto com outras realidades e culturas e isso é uma experiência muito enriquecedora”, conclui.

Fonte: VIP